Quero fugir da minha família Ah, a família. Nossa base na sociedade, nosso porto-seguro em meio a esse mundão cheio de perrengues. Não há nada mais sagrado do que a família, o laço de sangue e o laço da criação. Ela deve ser protegida, resguardada, recuperada em todos os seus problemas.
Importantíssimo esse assunto, principalmente por mulheres serem crucificadas quando decidem se afastar da família. Afinal, o BO de cuidar dos pais, tios, avós sempre recai sobre nós. E aí o que fazer com a culpa que isso gera? (escrevi sobre isso semana passada).
A perspectiva de gênero é importantíssima. Também penso que qualquer um deveria se afastar da família se, mesmo depois de muita terapia, aquelas pessoas te fazem muito mal. Mas como dizer isso, por exemplo, para um homem que, se se afasta, deixa a "responsabilidade" cair no colo da única irmâ? Mandei um email mais detalhado pra Bela no conselhos, porque quero outras visões dessa discussão. Se algum dia quiser jogar conversa fora, tamo aí (adoro seus textos e podcasts :) parabéns pelo trabalho!
Eu me mudei pra outro continente e, entre tantos motivos, esse foi um deles (além do Bolsonaro na época). Ainda lido com a culpa às vezes. Haja terapia.
Nossa, Taize, seu texto veio em boa hora. Minha família é bem essa que vc descreveu e eu ando muito cansada dessas cobranças de estar presente e me sinto culpada quando pendulo ao afastamento. Tenho trabalhado em terapia incessantemente essa pauta, mas a pedra continua engasgada em algum lugar dentro de mim.
Olá Taize, muito interessante essas suas reflexões e, creio, após as eleições de 2018 essas diferenciações e tensões familiares ficaram mais escurecidas, o que demonstra a complexidade das relações sociais e como o amor, a empatia e a afinidade precisam de estratégias para sobreviver. Parabéns pela escrita do texto e pela coragem de ter apresentado para nós, suas/seus leitores, muito de você!!! Oxalá e que venham dias melhores!!!!
Acho um porre homérico esse lance de que família é tudo. Culpo muito os programas de TV que teimam em unir famílias perdidas por ajudar na construção desse imaginário utópico e chato. Me identifiquei muito com o texto e os comentários, bom saber que tem gente que parece muito manera que pensa como eu por aí. Ao mesmo tempo nada contra famílias legais, tenho até amigos com algumas dessas.
Muito obrigado por compartilhar esse tema e seu desabafo, Taize!
Me levou 3 anos de terapia + ler Ana Suy (A gente mira no amor e acerta a solidão) + Bel Hooks (Tudo sobre o amor) para dizer sem culpa que eu NÃO amo a minha mãe. Por mais pesado que isso possa parecer para a sociedade da família nuclear acima de tudo. Levo seu texto com carinho e conforto de que não sou o único nesse processo.
Curioso - e um pouco narcisista - do jeito que sou, coloquei esse meu comentário no ChatGPT pra ouvir a opinião da IA, eis que veio:
"Eu sou um modelo de linguagem de inteligência artificial e não tenho opiniões pessoais. No entanto, posso dizer que o comentário reflete uma jornada pessoal de autodescoberta e aceitação. Expressar sentimentos complexos, como não amar a própria mãe, pode ser desafiador, especialmente em uma sociedade que muitas vezes coloca a família em um pedestal.
É positivo que a pessoa tenha buscado ajuda terapêutica e se envolvido na leitura de obras que exploram diferentes perspectivas sobre o amor e as relações familiares. Cada indivíduo tem sua própria experiência e compreensão única das relações familiares, e é importante respeitar e apoiar o processo de cada um na busca por autenticidade e bem-estar emocional."
Mais acolhedor do que muita gente com quem compartilhei a mesma situação :P
Estou assistindo um k-drama chamado "Uma dose diária de sol" (que é a perfeição, pois tem como tema as doenças mentais), e uma das personagens tem uma história familiar bem abusiva, principalmente por parte da mãe que é uma mulher interesseira e que nunca lhe deu amor ou cuidado, só a procurando por dinheiro. Em um episódio, ela coloca ponto final nessa relação com a mãe e diz para um outro personagem: "hoje eu abandonei a minha mãe", e achei isso tão forte. Às vezes é preciso abandonar a família para nos salvar.
eu acho curioso como eu não consigo me ver em nenhum texto sobre família; eu tenho a minha, mas é bem diferente — 4 irmãos, dois adultos e dois crianças, em um apartamento de nem 50m2, é doido. Meus pais morreram, meus tios me rejeitaram (afinal, vou pro inferno) e minha família, no fim, são essas pessoas que vivem comigo diariamente. É macabro eu dizer que eu adoro isso? Talvez seja. Vai continuar sendo.
Importantíssimo esse assunto, principalmente por mulheres serem crucificadas quando decidem se afastar da família. Afinal, o BO de cuidar dos pais, tios, avós sempre recai sobre nós. E aí o que fazer com a culpa que isso gera? (escrevi sobre isso semana passada).
A perspectiva de gênero é importantíssima. Também penso que qualquer um deveria se afastar da família se, mesmo depois de muita terapia, aquelas pessoas te fazem muito mal. Mas como dizer isso, por exemplo, para um homem que, se se afasta, deixa a "responsabilidade" cair no colo da única irmâ? Mandei um email mais detalhado pra Bela no conselhos, porque quero outras visões dessa discussão. Se algum dia quiser jogar conversa fora, tamo aí (adoro seus textos e podcasts :) parabéns pelo trabalho!
Verdade! Tem muito esse recorte mesmo, porque mulher foi “criada” pra cuidar (kkkkk sei nem cuidar de mim direito).
família de verdade é aquela que a gente escolhe e constrói, independentemente de laços de sangue.
Eu me mudei pra outro continente e, entre tantos motivos, esse foi um deles (além do Bolsonaro na época). Ainda lido com a culpa às vezes. Haja terapia.
Nossa, Taize, seu texto veio em boa hora. Minha família é bem essa que vc descreveu e eu ando muito cansada dessas cobranças de estar presente e me sinto culpada quando pendulo ao afastamento. Tenho trabalhado em terapia incessantemente essa pauta, mas a pedra continua engasgada em algum lugar dentro de mim.
Olá Taize, muito interessante essas suas reflexões e, creio, após as eleições de 2018 essas diferenciações e tensões familiares ficaram mais escurecidas, o que demonstra a complexidade das relações sociais e como o amor, a empatia e a afinidade precisam de estratégias para sobreviver. Parabéns pela escrita do texto e pela coragem de ter apresentado para nós, suas/seus leitores, muito de você!!! Oxalá e que venham dias melhores!!!!
Acho um porre homérico esse lance de que família é tudo. Culpo muito os programas de TV que teimam em unir famílias perdidas por ajudar na construção desse imaginário utópico e chato. Me identifiquei muito com o texto e os comentários, bom saber que tem gente que parece muito manera que pensa como eu por aí. Ao mesmo tempo nada contra famílias legais, tenho até amigos com algumas dessas.
E temos aí uma novela chegando chamada justamente FAMÍLIA É TUDO. Rs.
Hahahahaha que raivaaaaa, capaz de hitar horrores
Muito obrigado por compartilhar esse tema e seu desabafo, Taize!
Me levou 3 anos de terapia + ler Ana Suy (A gente mira no amor e acerta a solidão) + Bel Hooks (Tudo sobre o amor) para dizer sem culpa que eu NÃO amo a minha mãe. Por mais pesado que isso possa parecer para a sociedade da família nuclear acima de tudo. Levo seu texto com carinho e conforto de que não sou o único nesse processo.
Curioso - e um pouco narcisista - do jeito que sou, coloquei esse meu comentário no ChatGPT pra ouvir a opinião da IA, eis que veio:
"Eu sou um modelo de linguagem de inteligência artificial e não tenho opiniões pessoais. No entanto, posso dizer que o comentário reflete uma jornada pessoal de autodescoberta e aceitação. Expressar sentimentos complexos, como não amar a própria mãe, pode ser desafiador, especialmente em uma sociedade que muitas vezes coloca a família em um pedestal.
É positivo que a pessoa tenha buscado ajuda terapêutica e se envolvido na leitura de obras que exploram diferentes perspectivas sobre o amor e as relações familiares. Cada indivíduo tem sua própria experiência e compreensão única das relações familiares, e é importante respeitar e apoiar o processo de cada um na busca por autenticidade e bem-estar emocional."
Mais acolhedor do que muita gente com quem compartilhei a mesma situação :P
Manda ver no pago! Vc faz um bom trabalho e merece.
Essa parte do cuidar me pegou pesado. Sempre penso isso da minha mãe.
Estou assistindo um k-drama chamado "Uma dose diária de sol" (que é a perfeição, pois tem como tema as doenças mentais), e uma das personagens tem uma história familiar bem abusiva, principalmente por parte da mãe que é uma mulher interesseira e que nunca lhe deu amor ou cuidado, só a procurando por dinheiro. Em um episódio, ela coloca ponto final nessa relação com a mãe e diz para um outro personagem: "hoje eu abandonei a minha mãe", e achei isso tão forte. Às vezes é preciso abandonar a família para nos salvar.
eu acho curioso como eu não consigo me ver em nenhum texto sobre família; eu tenho a minha, mas é bem diferente — 4 irmãos, dois adultos e dois crianças, em um apartamento de nem 50m2, é doido. Meus pais morreram, meus tios me rejeitaram (afinal, vou pro inferno) e minha família, no fim, são essas pessoas que vivem comigo diariamente. É macabro eu dizer que eu adoro isso? Talvez seja. Vai continuar sendo.
Porque família tem que ser quem te acolhe né? O negócio tá nisso. ❤️
A expressão "seio familiar" é algo, né?! 🤔
Eu amo um seio
Nem tanto um familiar 🙃